O treino cognitivo, ou exercício cerebral para os idosos, apresenta-se como uma alternativa promissora para atenuar ou retardar os efeitos do envelhecimento sobre sua cognição. Estudos comprovam que tarefas cognitivas com foco na estimulação e ensino das estratégias voltadas para a atenção, velocidade de processamento do raciocínio, e desenvolvimento de atividades de memória episódica e memória de trabalho, podem ter efeitos muito positivos no desempenho mental dos idosos.

No consultório psicopedagógico, através de intervenções cognitivas por meio de exercícios específicos, este trabalho ajudado a preservar o funcionamento das habilidades cerebrais dos pacientes na terceira idade. Os principais resultados demonstram que estas intervenções direcionadas e adequadas a cada caso em particular, produzem efeitos tanto na melhora da aprendizagem de novos conteúdos, como o melhor desempenho das habilidades já adquiridas ao longo da vida do idoso, mas que podem estar se perdendo devido o aumento da idade.

Tenho presenciado também neste trabalho um impacto positivo na intervenção com idosos que já apresentam um declínio mental decorrente de quadros demenciais e dificuldades do mal de Alzheimer, visto que os treinos cerebrais podem amenizar ou retardar os prejuízos cognitivos decorrentes. Este trabalho é realizado com diferentes tipos de intervenção, com técnicas de estimulação, treino e reabilitação cognitiva dos idosos, tais como: 

• Estimulação mental, ou também chamado de brain training: Realização com o idoso, de tarefas padronizadas através de jogos padronizados ou mesmo games no formato informatizado. Esse tipo de intervenção tem como objetivo envolver o indivíduo em uma situação de esforço mental através da prática e repetição de tarefas.
• Treino cognitivo: Essa modalidade de intervenção centra-se na prática guiada de um conjunto de tarefas padronizadas para determinadas funções cognitivas como memória, atenção, resolução de problemas, raciocínio, velocidade de processamento mental, dentre outras. Diferencia-se da estimulação mental por acrescentar nesta terapia, o ensino de estratégias para otimização do funcionamento mental, através de estímulos apropriados.
• Reabilitação cognitiva: Este tipo de intervenção caracteriza-se tipicamente por envolver o paciente em uma gama de atividades gerais (incluindo a estimulação cognitiva), que visam a melhoria geral do funcionamento cotidiano e social. Estes exercícios ocorrem através de atividades, bem como de investigação das habilidades ainda não alcançadas e acompanhamento a longo prazo, para o acompanhamento dos efeitos progressivos destas intervenções.

Dentre as atividades mais utilizadas no desenvolvimento das áreas cognitivas estariam então: Desenvolvimento da atenção concentrada; velocidade de processamento; memorização de estímulos visuais; atenção para estímulos auditivos; melhora da memória episódica; estratégias de visualização mental; estratégias de associação de ideias; memória de trabalho; aprimoramento do raciocínio lógico e organização visual e espacial.

Todo este treinamento psicopedagógico de exercício cerebral para os idosos é dividido em sessões semanais de 50 minutos cada, e podem variar de acordo com a demanda de cada paciente e suas necessidades particulares. Este complexo e importante trabalho pode ser realizado tanto no espaço clínico, dentro do consultório, como no espaço do idoso, em domicílio ou clínicas de repouso, de acordo com a individualidade de cada paciente.

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Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil

www.deborahramos.com