O que é ABA para o tratamento do Autismo?

Análise do Comportamento é a ciência que estuda as variáveis que afetam os comportamentos, e a terapia ABA (Applied Behavior Analysis) é a aplicação dos princípios da Análise do Comportamento na resolução de problemas. A ABA é comprovadamente eficaz para o ensino de habilidades em pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista).

Skinner é considerado o pai da análise do comportamento, mas foi Ivar Lovaas, na década de 1980 que conduziu estudos na área do autismo e comprovou a eficácia da ciência para este público em especial. Os principais conceitos da análise do comportamento seriam: comportamento (relação do organismo com o contexto); antecedente (o que ocorre antes do comportamento e aumenta ou diminui as chances de ele ocorrer); e consequência (o que ocorre após o comportamento e aumenta ou diminui as chances de ele ocorrer de novo).

Dentre as consequências que influenciam o comportamento, estaria o reforço. Isto porque o reforço aumenta as chances de um comportamento ocorrer de novo. Este reforço pode ocorrer de várias formas. Pode ser social (ex: elogio), comestível (ex: um alimento que goste), sensorial (ex: sentir o vento no rosto), e tangível (ex: ganhar um brinquedo que queria). O reforço é sempre individual, pois o que é um reforço para uma pessoa pode não ser para outra. Além disso, pode variar de contexto para outro.

Além disso, o reforço pode ser positivo ou negativo, no sentido de acréscimo ou retirada de algo. Por exemplo, se eu acrescentar algo que a criança goste após determinado comportamento aceitável isso é chamado de reforço positivo. Quando se é retirado algo que estava aversivo para a criança e este alívio aumenta as chances de o comportamento ocorrer novamente, chamamos de reforço negativo. A importância do reforço está em aumentar o número de repetições de determinadas respostas, e é a relação mais utilizada na terapia comportamental, na busca de uma aprendizagem mais leve e agradável, evitando o uso de punições.

É sempre importante lembrar que de acordo com a ABA, o limite para o aprendizado não está na criança ou no seu diagnóstico, e sim no ambiente ou nas pessoas que não conseguem encontrar formas diferentes para o ensino, pois sempre existem formas desta criança aprender. Isto porque o Autismo não gera barreiras que sejam intransponíveis, e crianças que possuem apenas o diagnóstico de TEA (não associado a deficiência intelectual) estão aptas a aprender tudo que qualquer criança com desenvolvimento típico aprende, desde que as condições de ensino oferecidas sejam favoráveis a ela. Assim, a terapia ABA vem mostrando excelentes resultados no desenvolvimento de crianças com TEA, e vem sendo a primeira opção de tratamento em diversos países do mundo todo.

Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil

www.deborahramos.com