Inclusão para alunos com baixa visão

A inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema regular de ensino é uma obrigatoriedade. Esta inclusão pode ser entendida com a adaptação por parte das instituições de ensino no sentido de minimizar as dificuldades que os alunos enfrentem e que possam atrapalhar em seu adequado desenvolvimento na aprendizagem.

Dentre as possíveis adaptações para se trabalhar de forma qualitativa com os deficientes visuais e baixa visão, os professores devem principalmente, fazer de suas aulas momentos significativos de diálogo, repletos de trocas de informações entre alunos e professores. O uso dos materiais e recursos deve se caracterizar pelo envolvimento dos alunos em uma ativa e participativa situação de aprendizagem.

O uso de materiais adequados também é de fundamental importância para a melhor aquisição da aprendizagem por parte deste aluno. Dentre os materiais, seriam sugeridos por exemplo, os de experimentação tátil, onde o estudante pode adquirir melhor percepção através do manuseio, observação e construção conceitual deles.

Não é possível estabelecer um caminho único para tornar as aulas mais acessíveis aos alunos com baixa visão, porém existem instrumentos e ferramentas fundamentais para um trabalho mais qualitativo para eles. É natural que o aluno com visão reduzida apresente velocidade de leitura e habilidade para copiar, diminuídas. Porém, ao demonstrar excessiva falta de interesse e distração na aprendizagem formalizada, pode indicar que o material ou a dinâmica de ensino não estão adequados às suas necessidades.

A qualidade da percepção visual depende muito da combinação de diversos fatores, como por exemplo tamanho, contraste, cores e iluminação adequada. Determinadas questões devem ser levadas em conta para a inclusão do aluno com baixa visão. Dentre estas estariam: iluminação adequada do ambiente de estudo; posicionamento do aluno de forma que a claridade não incida sobre seus olhos ou que gere sombras que dificultem a leitura e escrita; evitar reflexos na lousa e evitar superfícies muito brilhantes que possam ofuscar a incidência da luz. A criança deve se sentar próxima ao material de ensino e deve-se permitir que aproxime o suficiente o material próximo aos olhos.

O tamanho das fontes e imagens para este aluno também devem ser adaptados. Para adaptação das letras, tipo e tamanho é essencial usar fontes não condensadas em sua forma, como por exemplo as fontes ARIAL e VERDANA. Deve se optar também por letras do tipo bastão (maiúscula). O tamanho 24 das fontes contempla a maioria das pessoas com baixa visão.

Sempre que possível deve-se recorrer ao computador para adaptar o tamanho das imagens e fontes, para garantir a uniformidade dos caracteres e dos espaçamentos, sem reduzir o contraste (o que pode acontecer com o uso do xerox convencional). O aumento do contraste também favorece a percepção visual, como por exemplo o contraste preto no branco; lousa branca e caneta preta; sublinhar o texto para destacar palavras e frases; cadernos com pautas escuras; linha dupla quando necessário; uso de caneta esferográfica ou de ponta porosa preta; lápis 4B ou 6B com grafite mais escuro; materiais com fontes negritadas e figuras com fontes mais fortes.

Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil

www.deborahramos.com