Ciúmes com a chegada de um irmão

Para algumas crianças, o nascimento de um irmãozinho mais novo às vezes é percebido como algo difícil para vivenciar. Um pouco de ciúmes geralmente é comum, e pode se tornar mais difícil de ser aceito quando a criança se encontra entre os 3 e os 6 anos de idade.

As crianças não discernem muito bem seus pensamentos, mas geralmente sentem como se os pais  não tivessem mais tempo para elas, que a amassem menos, que o bebê mais novo fosse mais interessante que ela, usa e tem coisas mais interessantes e diferentes que ela (chupeta, brinquedos…), tudo isso claro, em uma perspectiva imatura da própria criança.

Normalmente estas crianças começam a demonstrar comportamentos negativos para chamar a atenção para si, outras vezes regridem e começam a se comportar como o irmão mais novo, outras se tornam agressivas e irritadiças com os pais e principalmente com o irmãozinho.

Como adultos, podemos ajudar os pequenos a lidar com as questões que o angustiam, mesmo que ele não saiba muito sobre isso. Expressar o ciúme em alguns momentos será normal e o importante é que as emoções sejam liberadas da forma mais sadia possível.

Desde a gravidez do outro, o filho já nascido deve ser sempre incluso nos novos projetos do bebê (de forma mais divertida possível), como decoração, compra de roupinhas e acessórios, participação nos ultrassons, fazendo com que esses momentos sejam agradáveis para toda a família.

Após o novo bebê nascer, é importante que um dos pais se revezem para sair e ter momentos a sós e especiais somente com a criança, principalmente o pai que a criança sente mais ciúme. Nestes momentos ela deverá se sentir valorizada e muito amada.

A criança deve ser especialmente valorizada pela idade que tem, para que não queira voltar a ter a idade de seu irmão mais novo. Elogie as habilidades que ela já possui e peça que ela participe de atividades que a façam se sentir útil e capaz.

Este é um momento que pode ser estressante para algumas crianças e acabar interferindo negativamente na rotina de algumas famílias, mas nada impede que seja trabalhado com carinho, pois se trata de sentimentos de uma criança que ainda não sabe lidar com eles. Vale lembrar que a ajuda de um terapeuta infantil  pode também sempre ser muito útil nestes momentos.

 

Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil

www.deborahramos.com