Recebo constantemente em meu consultório, crianças com dificuldades das mais diversas, e na maioria das vezes relacionadas de alguma forma ao aspecto emocional. Fico feliz quando chegam com no máximo seis anos para investigarmos as causas, porém esta é a exceção, pois a maior parte daqueles que estão iniciando atendimento tem entre nove anos ou bem mais.

Conversando com os pais, logo percebo que as dificuldades sempre existiram. Iniciaram com sintomas visíveis de que algo não estava bem, demonstrados através das dificuldades na alimentação, podendo também se manifestar  posteriormente na dificuldade em retirar as fraldas, muitas vezes seguindo-se com dificuldades em dormir e culminando dificuldades de aprendizagem e em inúmeros problemas comportamentais que acabam por leva-los enfim à procurar ajuda.

Infelizmente, muito já poderia ter sido feito caso a procura se desse no início das dificuldades. Acrescento mais. Mães já na gravidez deveriam obter orientação de profissionais da saúde emocional para saber prevenir ou lidar com as dificuldades que possam surgir durante o desenvolvimento do seu filho.

A partir do nascimento, um mundo se abre diante da mãe relacionado à como cuidar de uma criança. A maneira adequada de amamentar, as reações diante dos desconfortos do bebê, maneiras de incentivar a aprendizagem, a forma adequada de retirar a fralda, o adequado desempenhar dos papéis dentro da família, dentre outros.

O conselho é sempre buscar a ajuda de um profissional qualificado, no sentido de melhor orientar em todas estas questões. Pais não nascem prontos, e não precisam aprender com seus erros, pois muitas vezes os prejuízos podem ser irreversíveis. Apesar de a psicoterapia ajudar a minimizar os efeitos de uma criação problemática, a criança pode chegar à este atendimento muito tarde e já com cicatrizes profundas que poderiam ter sido evitadas simplesmente pela busca da ajuda na hora adequada.

Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil

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