A importância da autoestima

A autoestima, ou o senso de valor próprio e competência que o indivíduo tem de si mesmo, começa a ser desenvolvida ainda no ventre materno, na relação inicial com a mãe. Após o nascimento, com o aumento do círculo de pessoas com as quais começa a ter contato, passa então a desenvolver cada vez mais a consciência sobre si mesma e consequentemente o aumento da estima. Este auto conceito iniciado na infância irá influenciar toda a sua vida influenciando a saúde, a aprendizagem, o relacionamento interpessoal e vida pessoal de forma geral.

Para desenvolver esta tão importante questão, os indivíduos necessitam de afeto, da estimulação sensorial do toque carinhoso, os cuidados e necessidades básicas atendidas e o sentimento de que é aceito e amado da maneira como se é. As habilidades cognitivo-afetivos são consideravelmente desenvolvidas quando a criança é beneficiada com estes cuidados.

Desta forma, o ser humano necessita de trocas sociais desde seu nascimento até a morte. Uma baixa estima pode levar facilmente às dificuldades psicológicas e inclusive dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Por ser a autoimagem construída na interação constante da criança com o meio que a cerca, a maneira como a mesma é vista por aqueles a seu redor, influencia grandemente em sua autoimagem.

O autoconceito é também  um aspecto de grande importância na formação da autoestima. A ideia que a criança tem de seu corpo, sua personalidade e suas características próprias são fortemente influenciadas pelo que a mesma ouve ou percebe dos adultos que a cercam, sendo eles pais, irmãos, professores ou pessoas próximas.  Uma criança que é sempre criticada, denegrida, rebaixada, comparada, pode crescer imaginando ter pouquíssimo valor próprio, o que dificultará sua inserção na sociedade. Esta criança e futuro adulto nunca se imaginarão capaz de se tornar alguém de valor na sociedade, na família e para ela mesma.

A autoestima tem também relação direta com o rendimento escolar das crianças nesta faixa etária. Uma identidade segura também será necessária para que o adolescente seja capaz de assumir responsabilidades, compromissos e relacionamentos sólidos. Crianças com baixa estima tenderão a se tornar adolescentes autodestrutivos, podendo inclusive vir a recorrer às drogas, violência e sexo irresponsável como forma de demonstrar o quão pouco se valoriza. Podem ainda tornar-se violentos, dependentes emocionalmente, isolados socialmente, com pouco animo para dar continuidade aos estudos, crescer profissionalmente, ou mesmo manter os mínimos progressos que são capazes de alcançar. Existem ainda casos de pessoas que ao obterem algum tipo de relacionamento social, acabam por buscar pares com o mesmo perfil conflituoso, o que vêm a piorar ainda mais o nível de autoestima de ambos.

Sendo assim, percebemos que a autoestima é a base da confiança de um indivíduo. Uma pessoa autoconfiante tem mais chances de promover relacionamentos saudáveis, uma vez que conhecem quais são os seus limites, avalia suas prioridades, respeita a si mesma e às suas emoções. Desta forma, uma pessoa que se compreende de maneira positiva tende a direcionar-se pela vida de modo assertivo e resiliente, ou seja, lidando com as adversidades e conseguindo se adaptar de maneira positiva diante de situações conflituosas.

A saúde e a autoestima estão intimamente relacionadas. Uma pessoa que se aprecia e se respeita tende a se cuidar melhor, estabelecer prioridades para sua vida, regrar seus horários entre trabalho e lazer, investir em sua qualidade de vida, saúde e bem estar. Algumas doenças psicossomáticas podem inclusive estar relacionadas às personalidades que estabelecem para si um alto nível de cobrança. Pessoas com baixa autoestima tendem a adoecer mais pelo nível de exigência que se impõe para agradar a todos, pelo alto desgaste emocional para lidar com as dificuldades, pelo medo extremo de ser julgado por outros, o que promove constante descontentamento consigo mesmo.

Enquanto muitos pais podem prevenir estes problemas ajudando a construir um bom autoconceito em seus filhos, muitas crianças, adolescentes e adultos já se encontram neste estado de baixa estima e podem se sentir muito desanimados ao perceber que não foram poupados. Nestes casos ainda existe esperança, podendo-se realizar atendimento médico com possível medicação associada à psicoterapia, para que se trate do modelo da estrutura dos pensamentos e emoções, abordando os quatro pilares básicos de ajuda, que seriam a auto aceitação, a autoconfiança, o desenvolvimento das competências sociais e a construção de relacionamentos positivos em grupos de interesse pessoal.

Deborah Ramos | Psicopedagoga e Psicanalista Infantil

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